Foi-se a época em que os instrumentos para persuadir o juiz restringiam-se a súmulas, jurisprudências e doutrinas. Até as petições judiciais estão passando por uma revolução tecnológica. Animações, links, gráficos ilustrados, códigos QR que direcionam a vídeos e conteúdos explicativos sobre os temas, dentre outros itens, passaram a integrar os processos judiciais.
Tais ferramentas vêm sendo adotadas pelos departamentos jurídicos de empresas e escritórios de advocacia, o que exige equipes multidisciplinares integradas não só por advogados, mas também designers, profissionais de marketing, engenheiros e especialistas em tecnologia em geral. Algumas empresas tem optado por contratar tais serviços mediante legaltechs ou lawtechs especializadas neste novo conceito chamado “visual law“.
A ideia é que temas jurídicos, que tendem a ser complexos, se tornem mais compreensíveis quando se apresentam de forma visual e ilustrada. A “Visual Law” ou Legal Design, possibilita que detalhes de áreas de atividades específicas se tornem mais palpáveis e compreensíveis aos juízes, que, não raro, não possuem expertise naquela determinada atividade tratada no processo. Essa prática tende a aproximar o juiz da matéria ali tratada, e auxiliando, e muito, em seu convencimento sobre o tema.
O conceito se estende também para a confecção de e-mails, contratos, memorandos, legislação e outros documentos jurídicos através dos princípios de design, e promete tornar a rotina da comunidade jurídica mais produtiva e interativa, além de obrigar os advogados a pensarem de uma forma mais criativa.
Isadora Savazzi Rizzi
Advogada – Trajano Neto e Paciornik Advogados