As companhias de seguro estão incorporando a seus produtos a prestação de serviços de gerenciamento e redução de riscos, com a perspectiva de diminuir a ocorrência de sinistros e os prejuízos assumidos, com o cumprimento de indenizações a seus segurados.
Outo objetivo é evidenciar ao mercado que estão se posicionando de forma diferenciada da concorrência, já que lidam com a comercialização de um produto – apólice de seguros – que é uma commodity.
Estas empresas possuem, em sua estrutura organizacional, área dedicada à consultoria em gerenciamento e mitigação de riscos aos segurados das áreas de transporte e seguro patrimonial, que são as mais expressivas para os negócios da companhia no ramo de riscos corporativos. Trata-se de uma prática comum nesse segmento, que abrange os segurados de maior porte, ou contratos de maior risco, por sua vez.
As seguradoras que operam com riscos corporativos têm que oferecer outros tipos de serviços, além do seguro, para se diferenciar no mercado. Observamos que gerenciamento e mitigação de riscos não devem ser vistos apenas como uma maneira de a seguradora reduzir a incidência de sinistros e os prejuízos com o pagamento de indenizações, mas também como uma forma de adicionar ou agregar valor à cadeia de negócio do segurado.
Com base nessa diretriz, grandes companhias adotam uma metodologia de análise que lhes permitem fazer um mapeamento dos riscos (evento futuro, incerto e indenizável na exegese securitária) e sugerir mudanças nos procedimentos internos dos segurados. Esse impacto na carteira pode ser visualizado facilmente com a redução dos pequenos sinistros somente mediante a implementação de planos eficazes de gerenciamento de risco.
A abordagem no gerenciamento e mitigação dos riscos tem produzido bons resultados ao Mercado Segurados, mas os segurados também são beneficiados com a redução dos preços das apólices de seguros. As companhias vêm desenvolvendo uma série de ações que oferecem benefícios e proteção aos seus clientes, principalmente no ramo de automóveis. Em épocas de chuva intensa, por exemplo, uma das maiores preocupações é com a inundação de veículos na rua.
Fato é que as companhias trabalham com a possibilidade de elevado índice pluviométrico nos próximos anos e à título de exemplo firmam parceria com empresas de meteorologia para emissão antecipada via SMS de alertas de previsão de chuva nas grandes cidades onde o risco de alagamento é grande.
No que diz respeito a furtos e roubos de carros, a instalação de um dispositivo de rastreamento via GPS já é obrigatório para certos tipos de veículos, e tal obrigatoriedade dá sinais claros de uma “simbiose securitária”, na medida em que muito embora para a Seguradora aceitar o risco, obrigando o Segurado a além de pagar o prêmio, em igualmente comprovar a instalação do aludido dispositivo em seu veículo, concede, em contrapartida, um bom desconto no valor a ser pago pelo Segurado para perfectibilização do contrato.
Ou seja, mesmo que exista o contrato de seguro com a exemplificação do risco, no ponto de vista do contingenciamento, torna-se imprescindível a adoção de medidas mesclando as ferramentas modernas de minoração de prejuízos, com a real situação do mercado.
Alexandre Ehlke Roda
Advogado – Trajano Neto e Paciornik Advogados