A Meta comunicou oficialmente aos anunciantes que a partir de 1º de janeiro de 2026 os preços dos anúncios no Brasil ficarão, em média, 12,15% mais caros. A alteração decorre da nova estratégia da companhia de repassar aos clientes os impostos indiretos que antes eram absorvidos pela própria empresa, como PIS/Cofins (9,25%) e ISS (2,9%).

O anúncio ocorre em meio à implementação da Reforma Tributária, que traz os novos tributos CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). Em 2026, esses impostos aparecerão nas notas fiscais apenas de forma simbólica, com alíquotas de 0,9% e 0,1% respectivamente, sem impacto imediato no valor final.

De acordo com a Meta, as mudanças terão efeito sobre todas as modalidades de pagamento — faturamento mensal, cartão de crédito e pré-pago (PIX, boleto e Mercado Pago) —, exigindo ajustes no planejamento das empresas.

Para Trajano Neto, advogado do TNP Advogados, a medida terá impacto direto no orçamento das companhias que investem em marketing digital:

“A partir de 2026, os gestores precisarão incluir a carga tributária no cálculo real de campanhas. Um orçamento interno de R$ 1.000, por exemplo, só garantirá cerca de R$ 878,50 em anúncios efetivos, já que o restante será consumido pelos impostos”, explica.

Segundo o advogado, embora parte desse valor possa ser recuperado via crédito tributário, a mudança exige atenção.

“É fundamental que as equipes de marketing conversem com as áreas fiscal e financeira para alinhar a estratégia, evitando surpresas e garantindo eficiência na gestão de mídia digital”, destaca Trajano Neto.

A recomendação de Trajano Neto é que empresas que utilizam linha de crédito ou faturamento mensal revisem os limites contratados, já que o consumo da linha passará a incluir o valor total com impostos. Para os que usam cartão de crédito, o valor cobrado também corresponderá ao gasto mais tributos. Já nos pré-pagos, o valor desembolsado continuará sendo único, mas a entrega dos anúncios será proporcionalmente menor.

Com a alteração, a Meta busca alinhar sua prática no Brasil ao padrão global de cobrança. O comunicado ainda ressalta que os impostos seguirão detalhados em nota fiscal eletrônica, recibos e faturas, tornando mais claro o impacto tributário para os anunciantes.