Em meio a uma pandemia sem precedentes que já vitimou mais de 260 mil brasileiros, o mercado de seguros de vida e previdência no país cresce a passos largos.
Segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep), a venda de seguros de vida no Brasil teve um aumento de cerca de 11% até novembro de 2020, comparando-se com o ano anterior. Isso significa que esse mercado movimentou, em momento considerado como um dos auges da pandemia de Covid-19, mais de R$4,3 bilhões.
Mas por qual razão o mercado de seguros de vida cresceu tanto nesse período? Uma interpretação possível é o fato de que, com a pandemia, sobreveio, como nunca, uma consciência acerca da finitude da vida e um incremento da preocupação dos brasileiros com as possíveis adversidades.
Se uma pandemia tal como a que estamos passando impacta na economia, nos serviços, no mercado como um todo, acaba também por refletir em aspectos pessoais. Por isso, a preocupação com os imprevistos da vida é um fator relevante.
Para além disso, a atenção voltada à necessidade de proteção financeira também foi intensificada durante a pandemia do novo coronavírus. Isso porque, sobreveio na rotina dos brasileiros, uma reflexão mais aprimorada acerca da vulnerabilidade da vida e, sobretudo, sobre a necessidade da proteção à saúde e à vida.
A tendência, segundo os especialistas de mercado, é que o crescimento do âmbito de seguros siga evoluindo nos próximos anos, de modo que os brasileiros passem a incluir no orçamento pessoal e familiar, cada vez mais, o seguro de vida, a exemplo do que ocorre em diversos países mundo a fora.
Como um possível impacto desse aumento de contratação de seguros de vida, a médio e longo prazo, pode-se destacar, a judicialização dessa temática, em razão de discussões como pagamentos de prêmio, coberturas ou ainda carência. São reflexos de um contexto ainda incerto, mas que merecem análise por parte de quem atua nesse segmento.
Dessa forma, se por um lado existem duros impactos financeiros decorrentes da pandemia de Covid-19, de outro, tal repercussão é vista como o timing certo para espelhar um senso de urgência por proteção financeira e longevidade sentido por outros brasileiros, além da urgente necessidade em se repensar questões sensíveis a todos, tal como a própria finitude.
Bárbara Bowoniuk Wiegand
Advogada – Trajano Neto e Paciornik Advogados