Entre 06 e 09 de janeiro aconteceu em Las Vegas a CES 2020, considerada uma das maiores feiras de tecnologia do mundo. Entre as muitas empresas que participaram, as de maior destaque foram as que apresentaram soluções para mobilidade urbana. Os lançamentos envolveram carros que voam, que não tem volante e projetos inovadores das mais variadas empresas, incluindo veículos da SONY, Apple e Uber. A Bosch divulgou o desenvolvimento do uso de telas de led e inteligência artificial para direcionar a luz do sol e não atrapalhar a visão dos motoristas. Durante o evento a Fiat anunciou uma solução que permite encomendar, na tela do motorista, os lanches do McDonald’s.

Também foram apresentadas novas soluções para problemas antigos e para a questão da privacidade, que deve estar incorporada nas novas ferramentas de aplicativos. A proteção dos dados pessoais exige atenção na coleta e na mobilidade (não apenas dos carros autônomos e pessoas), mas também dos dados pessoais. Esse novo cenário exige a tomada de providências jurídicas em velocidade condizente com a dos carros em destaque na feira: altíssima. O uso cada vez mais intenso de sensores, algoritmos e o intenso tráfego de informações, em tempo real, para servidores situados em diferentes continentes, demanda soluções legais adequadas. Projetos com tecnologia tornam indispensável uma visão jurídica conectada a seu tempo.

Não à toa, o painel com mais interessados na CES 2020 foi um debate conjunto da Apple e Facebook sobre privacidade. Como noticiou o G1, “o Facebook está com problemas causados por mau uso dos dados dos usuários — a empresa inclusive recebeu uma multa recorde da FTC (Comissão Federal de Comércio dos EUA), de US$ 5 bilhões por causa do caso Cambridge Analytica”.

Gabriel Schulman

Advogado – Trajano Neto e Paciornik Advogados