Por: Victor Leite, TNP Advogados

A pensão por morte é um benefício previdenciário pago pelo INSS ou por regime de previdência próprio aos dependentes de um segurado que veio a falecer. O direito é garantido desde que o segurado estivesse contribuindo para a Previdência ou já recebesse algum benefício no momento do falecimento.

Quem pode receber o benefício de pensão por morte?

São considerados dependentes, por ordem de prioridade:

  • Cônjuge ou companheiro(a);
  • Filhos menores de 21 anos ou inválidos/deficientes;
  • Pais (se não houver cônjuge ou filhos);
  • Irmãos menores de 21 anos ou inválidos (se não houver dependentes anteriores).

O valor e a duração da pensão variam conforme a idade do dependente e o tempo de contribuição do segurado.

É possível acumular pensão por morte com outro benefício previdenciário?

Sim, é possível! Quem cumpre os requisitos pode acumular pensão por morte com outros benefícios do INSS.

Para isso, é necessário que:

  • O segurado falecido estivesse aposentado, contribuindo para o INSS ou no chamado período de graça (tempo em que mantém a qualidade de segurado mesmo sem contribuir);
  • E o dependente comprove vínculo para ter direito à pensão por morte.

Benefícios que podem ser acumulados com a pensão por morte.

É permitido acumular aposentadoria e pensão por morte, tanto dentro de regimes diferentes (como INSS e Regime Próprio) quanto no mesmo regime, desde que haja direito a ambos, conforme a lista a seguir:

  • Aposentadoria;
  • Auxílio-doença;
  • Auxílio-acidente;
  • Salário-maternidade;
  • Auxílio-reclusão;
  • Seguro-desemprego;

É possível receber duas pensões por morte?

Sim, em algumas situações específicas, como:

  • Pensão por morte de cônjuge no INSS + pensão por morte de cônjuge em Regime Próprio (RPPS);
  • Pensão por morte de cônjuge + pensão por morte do pai ou da mãe;
  • Pensão no INSS + pensão de militar;
  • Pensão em Regime Próprio + pensão de militar.

⚠️ Atenção: não é possível receber duas pensões por morte no INSS em caso de falecimento de dois cônjuges ou companheiros. Nesse caso, o dependente receberá apenas a de maior valor.

O benefício de pensão por morte pode ser cessado?

Sim, o benefício de pensão por morte pode ser cessado em diversas situações, dependendo da condição do dependente e das regras aplicáveis ao caso. Abaixo, alguns exemplos comuns:

  • Filhos ou irmãos que recebem a pensão perdem o direito ao completar 21 anos, salvo se forem inválidos ou com deficiência, caso em que o benefício pode continuar mediante comprovação.

Cônjuge ou companheiro(a) pode ter o benefício cessado nos seguintes casos:

  • Se o casamento ou união estável teve duração inferior a 2 anos antes do falecimento, e o falecido contribuía por menos de 18 meses ao INSS (exceto em caso de acidente);
  • Se o tempo de recebimento atinge o limite previsto conforme a idade do dependente no momento do óbito, dentre outras hipóteses.

Por isso, é importante ficar atento às regras e prazos. E, em caso de dúvidas ou cessação indevida, o ideal é buscar apoio jurídico especializado para avaliar a situação e garantir que seus direitos sejam respeitados.

Conclusão:

A pensão por morte é um benefício essencial que busca amparar os dependentes de quem contribuía para a Previdência e veio a falecer. Mais do que saber da existência desse direito, é importante compreender quem pode recebê-lo e que, em algumas situações, ele pode ser acumulado com outros benefícios, como aposentadoria, auxílio-doença e até outra pensão — desde que respeitadas as normas legais.

📌 Ter conhecimento sobre seus direitos e sobre as possibilidades de combinação de benefícios é um passo importante para garantir estabilidade e proteção financeira à família. Porém, o sistema previdenciário brasileiro é complexo, e interpretar corretamente regras como a qualidade de segurado, o vínculo de dependência e os limites de acúmulo exige atenção e conhecimento técnico.

Por isso, contar com a orientação de um escritório especializado em Direito Previdenciário é fundamental. Através de uma análise individualizada, é possível identificar com precisão quais benefícios podem ser requeridos e como agir para garantir sua concessão. Cada caso tem suas particularidades, e o suporte de um profissional qualificado pode ser decisivo para assegurar seus direitos com segurança e eficiência.